Projetos sociais de saúde bucal podem transformar vidas

Projetos sociais de saúde bucal podem transformar vidas

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O comprometimento de cirurgiões-dentistas com o trabalho voluntário.

Segundo o Censo do IBGE 2022, divulgado este ano, o Brasil conta com uma população de aproximadamente 203 milhões de habitantes. Considerando-se os dados do Conselho Federal de Odontologia, que registra cerca de 398 mil cirurgiões-dentistas no País, temos uma média de um profissional para cada 510 habitantes. Mas, a conta não é tão simples assim. Com outras variáveis, como distribuição regional desses cirurgiões-dentistas, quantidade de pessoas carentes nesses locais e população com acesso a planos odontológicos em comparação com as que não têm, além de questões socioeconômicas e culturais importantes, chega-se ao resultado de um país com um grande déficit de atendimento odontológico de maneira geral.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a atenção em saúde bucal no SUS está disponível à população em unidades básicas de saúde (SUS), unidades de saúde da família (USF), unidades odontológicas móveis (UOM), centros de especialidades odontológicas (CEO), hospitais, além de laboratórios regionais de Prótese Dentária (LRPD) que fazem parte do programa “Brasil Sorridente”, do Governo Federal.

Criado em 2004, o programa tem o intuito de garantir o acesso a tratamento odontológico gratuito pelo SUS. Houve um plano de ampliação, aprovado em maio deste ano pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, credenciando 3.685 novas equipes de saúde bucal e 630 novos serviços e unidades de atendimento, em um investimento de mais de R$ 135 milhões.

Segundo o MS, com as novas habilitações, 111,6 milhões de pessoas passam a ter acesso a tratamento odontológico em todo o País, o que representa mais da metade da população. Ainda assim, em um país de dimensões continentais, o acesso à saúde bucal é considerado precário em muitas regiões, e o serviço disponível pelo SUS limita-se ao atendimento básico. Nesse cenário, o trabalho voluntário de muitos cirurgiões-dentistas engajados em projetos sociais tem sido de extrema importância para suprir essa lacuna de atendimento à população carente.

A Sorrisos Brasileiros conversou com coordenadores de três programas de voluntariado das regiões Norte e Nordeste do País, que contam sobre suas rotinas e a diferença que esses serviços têm feito para as populações locais.

Operação Sorriso (Ceará)

O cirurgião-dentista Romildo Brigel, de Juazeiro do Norte (CE), coordena o projeto Operação Sorriso, voltado para o atendimento de crianças e adultos fissurados. Formado pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco desde 1987, especializou-se em Cirurgia Bucomaxilofacial, que já era seu foco desde que iniciou o estudo acadêmico. Ele também atua como Secretário Geral do Conselho Regional de Odontologia do Ceará e membro da Comissão de Educação do Conselho Federal de Odontologia.

Depois de concluir a especialização, em 1992, Brigel voltou para o Ceará, sua terra natal, assumindo o atendimento em Odontologia Hospitalar da região conhecida como Crajubá, que engloba as cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Já na pósgraduação, Brigel passou a se interessar muito pelo tratamento de fissurados e, em 1999, recebeu um convite para fazer um curso nessa área na cidade de Bauru (SP), reconhecido como maior centro de tratamento a fissurados da América Latina, onde ficou durante nove meses.

Em uma manobra surpreendente do destino, na volta para o Ceará, Brigel conheceu, no aeroporto, um grupo de cirurgiões plásticos dos Estados Unidos que faziam parte do projeto Operação Sorriso, fundado em 1997, e estavam indo para Juazeiro do Norte, em sua primeira viagem ao Brasil. “A Operação Sorriso é uma ONG norteamericana que reúne profissionais da saúde de diversas especialidades, atendendo pacientes fissurados de forma voluntária em todo o mundo”, explica Brigel. A equipe multidisciplinar conta com cirurgiões plásticos, otorrinos, anestesistas, pediatras, enfermeiros, fonoaudiólogos, cirurgiões-dentistas, ortodontistas, bucomaxilofaciais, psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais que se cadastram no programa.

Após viajar de São Paulo a Juazeiro do Norte ao lado do chefe geral da Operação Sorriso, Brigel foi convidado para o evento de lançamento do programa em Juazeiro do Norte, que contaria com a presença do prefeito da cidade e autoridades locais, já o apresentando como novo integrante da equipe. “Assim, passei a realizar as cirurgias em pacientes fissurados, como assistente do chefe da Operação Sorriso, nos 15 dias em que eles ficaram na cidade, e entrei de cabeça nesse projeto”, conta.

A cada vez que a equipe da Operação Sorriso ia a Juazeiro do Norte, Romildo Brigel ajudava na organização das campanhas que resultavam em muitos atendimentos. Dez anos depois, em 2009, o cirurgiãodentista se tornou Secretário da Saúde da cidade e, naquela ocasião, já não era mais o único cirurgião bucomaxilofacial da região, que já contava com mais alguns especialistas. “Montamos um sistema de sobreaviso nos hospitais para atendimento a pacientes com trauma bucomaxilo e fissurados”, relembra.

Em 2013, Brigel defendeu sua dissertação de mestrado em Odontologia Forense com o tema “Avaliação da qualidade de vida dos pacientes adultos fissurados, operados na região do Cariri”. Para isso, ele fez um trabalho de pesquisa com 175 pacientes maiores de idade que havia operado, entre cinco e dez anos após as cirurgias. “Eu queria avaliar como estava a vida deles, se tinham conseguido entrar no mercado de trabalho, como estava sua vida social, entre outras questões”, conta.

A condição de baixa autoestima e dificuldade de relacionamento social e amoroso dos pacientes fissurados, principalmente quando operados já na fase adulta, impressionaram o especialista. “Eles sofrem preconceito, bullying e não são cobertos por uma política de saúde municipal, estadual ou federal, ficando à margem da sociedade”, afirma, relatando que muitos não completam a fase escolar pelos problemas de convívio com os colegas. O atendimento a fissurados também foi tema da tese de doutorado de Romildo Brigel. E, apesar de seguir seu trabalho como cirurgião bucomaxilofacial, o engajamento na Operação Sorriso, especialmente no atendimento a pacientes fissurados, foi ficando cada vez maior e ele se tornou uma referência na região nesse procedimento.

Assim como muitos trabalhos sociais, o programa foi afetado pela pandemia de Covid-19. No entanto, em maio deste ano, a equipe internacional da Operação Sorriso voltou a Juazeiro do Norte e, assim, foram triados 95 pacientes, dos quais 55 já haviam passado pela cirurgia até o dia da entrevista que ele deu à Sorrisos Brasileiros. “Vieram 74 voluntários de outros países, além dos voluntários locais”, diz Brigel. Nessa campanha, foram atendidos pacientes de sete estados do Nordeste. Alguns casos podem ser resolvidos em uma cirurgia, mas a maioria necessita de outras intervenções, como nos casos de lábio e palato, que envolvem exodontia, enxerto ou outros procedimentos.

Cada campanha é organizada com seis a nove meses de antecedência. Três a quatro meses antes da data em que será montada a Operação Sorriso para as cirurgias, Brigel organiza a triagem dos pacientes, que já realizam os exames pré-operatórios no ambulatório da faculdade onde ele leciona, contando com a participação dos alunos de cursos de Biomedicina, Radiologia e Odontologia, que deixam os pacientes preparados para as cirurgias. Uma vez que passam pela triagem e são indicados para o tratamento, os pacientes passam por quantos procedimentos cirúrgicos forem necessários até ficarem totalmente reabilitados.

Romildo Brigel usa toda sua influência e conhecimento na região para movimentar uma grande estrutura, que vai desde o hospital para a realização das cirurgias até locais de apoio para hospedar os pacientes, e tradutores para auxiliar a equipe estrangeira, além do apoio de companhias aéreas e da Marinha do Brasil para o transporte de contêiner com os equipamentos necessários. Segundo ele, a prevalência mundial é de um fissurado para cada 700 nascidos vivos. No Brasil, esse número passa para 1/650, e no Ceará os casos passam para 1/600. Fatores hereditários, desnutrição materna e uso de álcool ou drogas durante a gestação também são reconhecidos como preponderantes para essa má formação. “Quanto mais cedo esses pacientes forem operados, de preferência a partir de um ano de idade, menos sequelas terão, principalmente no desenvolvimento da fala, além do ponto de vista psicológico”, aponta Brigel.

Desde o início do programa, em 1997, foram mais de 12 mil famílias atendidas, cerca de seis mil pacientes operados em 16 cidades de 12 estados brasileiros. O resgate da autoestima desses pacientes após a cirurgia é a recompensa maior desse trabalho para o cirurgiãodentista e todos os profissionais envolvidos. São pessoas que vivem reclusas, escondidas da sociedade e de si mesmas. Romildo conta que a maioria não constrói família, vivem sozinhos ou com os pais. “Nós mudamos a vida dessas pessoas e isso é muito emocionante”, finaliza Romildo Brigel.

Sorrisos Ribeirinhos

Levar acesso à saúde bucal aos povos que vivem às margens do rio Guamá, no Pará, foi o objetivo do projeto Sorrisos Ribeirinhos, criado em 2009 pelo cirurgião-dentista Marcelo Folha, de Belém (PA). A capital paraense fica em uma península com 45 ilhas localizadas na região metropolitana, das quais 33 eram desabitadas há 14 anos e, nas restantes, moravam povos ribeirinhos em condições muito precárias e com bastante dificuldade de acesso a serviços públicos, principalmente de saúde.

Marcelo Folha conta que assumiu a vice-diretoria da Associação Brasileira de Odontologia do Pará em 2009, conseguindo autorização para a realização de um programa de voluntariado para levar acesso à saúde bucal para os ribeirinhos. “Reunimos um grupo de voluntários e começamos a visitar as ilhas, fazendo uma espécie de pesquisa sobre a situação de saúde bucal desses povos, e depois passamos a fazer essas visitas periodicamente uma vez por mês”, diz Folha. O movimento durou até 2011, quando passaram a levar os ribeirinhos para serem atendidos na clínica da ABO, em Belém, que contava com mais estrutura do que o atendimento móvel que os voluntários faziam nas ilhas.

Em 2014, quando Folha se tornou presidente da ABOPA, nomeou as cirurgiãs-dentistas Tamea Lacerda, Carla Hermes e Larissa Melo – suas alunas da Faculdade de Odontologia – para coordenarem o projeto Sorrisos Ribeirinhos. Elas não apenas trouxeram novos colegas para atuarem como voluntários, mas também agregaram recursos tecnológicos ao programa. Com a possibilidade de atender os ribeirinhos na cidade, a equipe passou a ir às ilhas uma vez por semestre, quando levavam kits de higiene bucal, cestas básicas e itens de primeira necessidade para aqueles povos. O grupo também incentivava a cultura levando peças de teatro e atividades lúdicas à população.

Em 2015, ao tomar conhecimento do projeto, o então presidente da ABO Nacional, Luiz Fernando Varrone, decidiu abraçar a ação em âmbito nacional sob a coordenação da cirurgiã-dentista Amélia Mamede, diretora do departamento de Benefícios e Parcerias, tornando-se um dos programas que inspiraram o projeto “Um Sorriso do Tamanho do Brasil”, de âmbito nacional. No primeiro ano, a instituição conseguiu um patrocínio da Colgate, com a doação de 12 mil kits de higiene bucal, e em 2023 a empresa disponibilizou 476 mil kits. “Nos honra muito saber que o projeto Sorrisos Ribeirinhos inspirou um programa tão importante como Um Sorriso do Tamanho do Brasil, de tamanho impacto nacional, que abrange mais de 70 projetos das unidades da ABO espalhadas pelo País”, diz Folha.

De acordo com o especialista, o projeto Sorrisos Ribeirinhos começou com o intuito de fazer um levantamento epidemiológico da situação de saúde bucal daquela população, levantando o índice de incidência de câncer de boca e outras possíveis doenças. Em um segundo momento, a equipe passou a fazer os atendimentos para necessidades básicas. Depois, realizaram tratamentos ortodônticos com aparelhos, endodontia, próteses, entre outros. “Pudemos iniciar e terminar tratamentos de reabilitação oral em pacientes que antes não tinham nem ideia de que poderiam ter acesso a qualquer atendimento odontológico”, relata Folha. O projeto passou também por uma fase de realização de cursos, cujos recursos eram utilizados para compra de materiais e equipamentos usados no atendimento aos ribeirinhos.

Desde o final de agosto deste ano, os atendimentos deixaram de ser realizados na sede da ABO-PA e passaram a ser feitos na Universidade Federal do Pará, onde há uma unidade do CEO (Centro de Especialidades Odontológicas). Será necessário fazer uma readequação dos atendimentos, já que a estrutura é um pouco menor. Se antes chegavam a atender 30 pessoas em um dia, agora terão capacidade para atender 15. Mas, ele ressalta que a dedicação de todos os profissionais envolvidos é extrema, pois levam em consideração todas as dificuldades que esses povos têm para chegar até a cidade. “Eles viajam em suas canoas, saindo das ilhas de madrugada. Enfrentam risco de assaltos pelo que chamamos de ‘ratos do rio’, que levam os motores das embarcações, que também são os veículos que utilizam para pescar seu alimento. Muitas vezes, enfrentam intempéries no caminho. São um povo muito sofrido. Se eles não encontrarem atendimento, não voltam nunca mais”, diz Folha, apontando que quando essas pessoas dependiam apenas dos postos de saúde, que distribuíam senhas com limite de atendimentos por dia, muitas vezes voltavam para suas casas sem serem atendidos. “Quando iniciamos, em 2009, a população ribeirinha não recebia nenhum tipo de atendimento odontológico há cinco anos. Havia famílias que não tinham nem uma escova de dentes, e algumas dividiam uma única escova entre todos da casa”, relembra.

Por viverem às margens do rio, sem água potável e nem sistema de saneamento básico, os ribeirinhos utilizam a mesma água do rio onde despejam seus dejetos, para cozinhar e fazer sua higiene pessoal, ficando, assim, expostos a diversos tipos de contaminação que afetam sua saúde de forma geral. “Eles são um povo muito maltratado pela vida e não precisam de nada da cidade para viver. Eles comem os peixes que pescam, o açaí e outras frutas e verduras que plantam. Quando chegamos lá com orientação e informação sobre cuidados com a saúde bucal, e como isso pode impactar o estado de saúde geral, isso muda a mentalidade deles”, afirma.

Segundo Folha, desde o início do projeto até a pandemia de Covid-19 haviam sido realizados mais de três mil atendimentos aos povos ribeirinhos de Belém. Nos dois anos de pandemia, o programa foi duramente impactado e agora volta a retomar seu ritmo. O projeto Sorrisos Ribeirinhos não conta com ajuda da iniciativa privada e todos os profissionais envolvidos atuam de forma voluntária, de acordo com Folha. “Trabalhamos por amor à Odontologia e sentimento de humanização pelos pacientes que são excluídos do acesso à saúde e higiene bucal”, conclui.

Mais Sorrisos

A cirurgiã-dentista Priscila Flores, de Macapá (AP), não hesitou em pensar em algum projeto social que pudesse desenvolver assim que seu companheiro Clécio Luiz Vihena Vieira se elegeu governador do Amapá, em 2022. Como primeira-dama, ela percebeu que poderia contar com recursos e apoio institucional para levar acesso à saúde bucal a pessoas necessitadas, e assim tem feito. “Na época de campanha eleitoral, as pessoas me perguntavam se eu assumiria algum compromisso social. Quando Clecio se elegeu, pensei que deveria fazer algo na minha área, que é a Odontologia, e tive a ideia de fazer algum projeto itinerante, que pudesse alcançar mais pessoas”, conta Priscila.

Inspirada no projeto Mais Visão, também do Amapá, que realizou cirurgias de catarata em diversas cidades do Estado, Priscila idealizou algo que tivesse esse tipo de abrangência, levando acesso à saúde bucal para a população. “Eu queria fazer um projeto que não cuidasse apenas da atenção básica, de prevenção, extração de dentes e tratamento de cáries, embora isso seja muito importante. Minha intenção era possibilitar reabilitações completas porque temos uma população de jovens e adultos desdentados que nunca tiveram oportunidade de acesso a esse tipo de tratamento e, quando sentiam dor, iam ao dentista para extrair o dente”, declara.

Priscila, então, foi procurar o projeto Doutores da Amazônia, que faz um trabalho de reabilitação completa utilizando alta tecnologia para os povos ribeirinhos e indígenas, para conhecer de perto essa ação e entender sua forma de organização. “Procurei o Caio Machado, CEO da Doutores da Amazônia, e disse que gostaria de ter a oportunidade de acompanhá-los em uma das ações que fazem e montarmos uma parceria para que eu pudesse realizar um projeto nos mesmos moldes para a população carente do Amapá”, relata. Depois disso, Priscila entrou em contato com o DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena), unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), e com a Secretaria de Saúde do Amapá para elaborar uma grande ação do projeto Mais Sorrisos, que aconteceu no mês de junho deste ano.

A ação contou também com a parceria do Conselho Federal de Odontologia e da Associação Brasileira de Odontologia, que incluiu o projeto na agenda do programa Um Sorriso do Tamanho do Brasil, doando kits de higiene bucal da Colgate. A operação Mais Sorrisos ficou por dez dias na base do DSEI, no território indígena Wajãpi, que tem uma população de 1.800 indivíduos, dos quais 1.118 foram atendidos. A estrutura contava com geradores de energia fornecidos pelo Exército Brasileiro e pelo Governo do Amapá, que possibilitaram o funcionamento dos equipamentos de ponta, como escâner intraoral, fresadora, impressora e raio X digital, que possibilitaram a confecção de próteses, tratamentos de canal, entre outros procedimentos. “O Exército Brasileiro montou tendas, barracas e cozinha de campanha. Contando com a equipe do Governo do Amapá e dos Doutores da Amazônia, éramos 200 voluntários trabalhando nessa operação”, diz Priscila.

A cirurgiã-dentista conta que muitos dos indígenas que chegavam para serem atendidos iam com toda a família porque levavam mais de dois dias para chegar ao lugar de canoa, e ficavam por lá. Assim, ela teve que articular patrocínios para alimentar quase 500 pessoas por dia. Aproveitando a estrutura montada, outros serviços governamentais aderiram à ação. A assistência social fez um recadastramento de bolsas e ofereceu à população indígena todos os serviços disponíveis; a Secretaria de Política para as Mulheres enviou uma psicóloga por enxergar a oportunidade de aproximação das mulheres indígenas às quais não tinham acesso; e uma equipe de recreação ficou responsável por entreter as crianças enquanto os adultos eram atendidos. As crianças também passaram por atendimento com os odontopediatras da equipe. Além disso, havia médicos, como ginecologistas, psiquiatras, pediatras, infectologistas e oftalmologistas, inclusive receitando e entregando óculos que ficavam prontos na hora.

Priscila diz que, junto com os Doutores da Amazônia, pretende dar continuidade ao projeto, realizando duas ações anuais, uma no território indígena Wajãpi, próximo ao município de Pedra Branca, e outra na região do Oiapoque, que reúne mais de três mil indígenas. “Enquanto Governo, pretendemos transformar o projeto em uma ação itinerante, estendendo para todos os povos tradicionais, incluindo os ribeirinhos e também os quilombolas”, finaliza.

Além de agora liderar o projeto Mais Sorrisos na região, a primeira-dama do Amapá, que é especialista em Ortodontia e Harmonização Orofacial, continua atuando na Odontologia, em seu consultório em Macapá.