Este segundo semestre de 2023 trouxe um dado para reflexão e também para comemoração. Somos mais de 400 mil cirurgiões-dentistas. Sim, somos numericamente a maior Odontologia de todo o planeta. Esta é uma informação relevante, pois mostra que tornar-se cirurgião-dentista ainda é um desejo e um sonho para muitos, desde jovens que saem do ensino médio, até pessoas em busca de uma nova área de atuação com mais estabilidade e possibilidades.

Se, como nação, temos uma saúde bucal que pode apresentar melhorias e aprimoramentos, retrato de um cenário social desigual do nosso país, por outro lado, possuímos uma oferta de mão de obra e de qualificação que possibilita um futuro promissor, tanto para os profissionais da área odontológica quanto para a população que necessita desse atendimento.

No que compete aos profissionais da Odontologia, o trabalho por um futuro exuberante para a nossa atividade está sendo feito hoje. A realização das eleições para os Conselhos Regionais é prova disso. Contamos com uma participação média de mais de 70% dos inscritos aptos a votar. Este é um sinal de uma classe comprometida com o amanhã da Odontologia.

O piso salarial é uma demanda importante para a valorização da categoria. O 11 Conselho Federal, ao lado dos Conselhos Regionais de Odontologia, tem buscado a devida aplicação da lei. Vários recursos chegaram a instâncias superiores da Justiça e, agora, a decisão compete ao Supremo Tribunal Federal (STF), que deve deliberar se os entes públicos precisam seguir a legislação vigente.

Durante este ano, outro tema foi capaz de demonstrar o poder da união dos profissionais da classe. Foram conquistados muitos avanços na luta contra a Educação à Distância (EaD) na Odontologia. O Fórum Nacional Contra a Modalidade de Educação à Distância reuniu as principais entidades de classe e de especialidades em uma manifestação contrária à oferta de cursos na modalidade. O relatório do Grupo de Trabalho EaD do MEC, de forma unânime, recomendou que os cursos de graduação em Odontologia devem ser ofertados exclusivamente no modelo presencial. A consulta pública organizada pelo Ministério da Educação, visando o aperfeiçoamento do ensino superior no País, contou com a participação de inúmeros colegas de profissão dizendo NÃO à modalidade EaD. E, para completar, no final de novembro/2023, o MEC publicou mais uma portaria favorável a Odontologia, suspendendo, por tempo determinado, a autorização de cursos de graduação na modalidade EaD.

Somos mais de 400 mil profissionais e, unidos, somos a força para a construção de um futuro próspero da nossa profissão.

Juliano do Vale
Presidente do Conselho Federal de Odontologia.